terça-feira, 30 de setembro de 2008

Sem maquiagem...

Ai que culpa! De quê?
Hoje eu queria dormir e acordar daqui a quinze dias. Estou enfadada. Não consigo mais disfarçar o canyon de tristeza que me afasta das outras pessoas. O motivo, bem, o motivo não me está claro. Sinto dizer que a idéia de isolar-me cada vez mais é certa. Não tenho vontade de nada e até sorrir soa falso. Não estou sendo dissimulada. Crises todos vivem e a maioria das pessoas supera. A ficha não caí de jeito nenhum e a dor acumula de forma implícita e mais pesada. Não consigo? Desta vez parece que não. O tempo não corre e tudo está superlativado. Sou eu lendo Dom Casmurro no meio de um redemoinho. Se quer alguma verdade dou esta: A DOR É INEVITÁVEL. Embora não possa dizer que é ela que me faz ser o que sou. No momento quero esclarecer apenas o que estou fazendo comigo. De que adianta ter identidade definida e não saber usá-la? Virei um fantasma de mim? Como explicar isso aos que vivem comigo? Ninguém entenderia, no máximo fingiriam que compreendem e retomariam suas vidas, tenho muita experiência nisto. Passam os dias e eu não passo disso.

sábado, 27 de setembro de 2008

Lavando roupas com boi.

Hum...
Digamos que você quer muito fazer algo, mas por outro lado você deve fazer outra coisa.
Na verdade eu não queria nenhum dos dois. Salve o happy hour da semana que não me deixa lavar roupas! É um sequestro consentido. Quem dera minhas roupas entendessem isso. Infelizmente elas não se lavam sozinhas. Ao chegar em casa me deparo com a súplica tristonha daquela pilha abandonada implorando para que eu a tome em punho e labute nela. O corpo coitado, padecido dos males alcóolicos, vira a cabeça para o lado estende o braço, pega uma toalha pendurada, banha-se e vai dormir. Na manhã seguinte abrem-se os olhos e recomeça a ladainha dos tecidos a resposta é pneumática assim como a reação: Desta semana não passa! Então vem a memória do final da tarde anterior. Só uma para descontrair da semana... Só mais uma... Peraê, vamos interar a grade... Vamos para a feirinha? Se meus colegas de trabalho vissem a cena das roupas não me viriam com tal conversa, visto que sou tão maleável a tentações etílicas. Acabei no boi, bebendo muito e sem tirar o pensamento do labor que me esperava em casa. Agora trabalho, às cinco retorno à casa eu acho (risos) e começa tudo de novo.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O momento do dia.

Das pequenas alegrias aranco grandes sorrisos abertos...

Subia a escada do refeitório quando ouvi o sinal do meio-dia emitido pela igreja da esquina. Desta vez não eram sinos, isto me causou grande surpresa, sempre são sinos! Sintonizei meus ouvidos, um arrepio correu o corpo, ouvi música. Não era qualquer música, era uma sequência de cantos do Pe. Zezinho. Estes trilharam toda minha infância e parte da adolescência. Entrava em contato não somente com o som mas com um sentimento nostálgico tão doce e inocente que pensei ter de volta os 15 anos. Bastou pra eu ser mais feliz HOJE. Ainda cantando servi-me e fui almoçar toda serelepe.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Os livros sem capa.

Herdei de um tio há anos atrás, um pequeno acervo de livros muito antigos. No geral, estes estão rasgados, amarelados, roídos e sem capa. Nas mudanças de cidade e de casa também estes pobres sofreram tanto que muitos infelizmente não se salvaram. Esta é uma ferida. Amei cada texto incompleto e desejei ter aquelas páginas que foram arrancadas de volta para melhor compreender lacunas que até hoje estão abertas acerca deles. Deveria ficar imensamente triste por não ter tido incentivo para cultuar minha leitura, mas a paixão pelas letras foi algo natural. Apeguei-me a um punhado de clássicos corrompidos. Fiz deles o todo de uma parte e sinto-me coibida... Até hoje o que resta de primor é um livro de poesias regionalistas de Jânio Quadros, que sei quase de cor. Ah teatro! Perder-me-ia se houvesse um clarão literário com corajosos que impusessem a loucura como sempre faço (nada demais). Este é mais um dos motivos pelo qual sou apaixonada pela produção da época da ditadura. Podada... As condições financeiras sempre pesam, mas naquela época não! Que me falta? Tola, tola... Deixarei os livros em seu devido "esquecimento" e seguirei caminhando admirando o novo, contudo valorando ainda mais os bons amigos da minha solidão escolhida.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Bom dia, Maysa!

Domingo... Nada mais revelador que uma manhã de domingo.
Acordei, tomei um banho demorado e merecido. Ainda desgrenhada desci as escadas, fui à cozinha, tomei um café reforçado e voltei ao quarto. Naquele dia específico não somente abri os olhos, eu realmente havia acordado e me encontrava num grau de percepção que há muito perdera. Deitei no chão frio do quarto. Encontrei com minha versão televisiva, exatamente no episódio em que ela se achava no mesmo ponto que eu. Ri, chorei e senti exageradamente tudo que assistia em aproximadamente 30 minutos. Estavam no quarto eu, minha realidade, um ontem dolorido e muitas dúvidas. Foi quando houve o estalo. O about blank seguido de um mar de certezas, e, a maior delas: Nada poderia ser revolvido. Foi quando acatei o que me era servido. Sempre vi meus cantos escuros como necessidades para auto-afirmação, não é de todo verdade. Neste ponto devo agradecer e muito. Os lugares ocultos de mim, falavam coisas que eu acreditava ser inerentes a mim e só. Contudo a revelação de um segredo pode modificar tudo da forma como se conhece. Eu nunca menti meus sentimentos. As palavras que proferi me direcionando a ilusão, tornaram-se fato mas nos olhos de uma outra pessoa, percebi o peso disso, mas o mais tocante foi saber que enfim quando aconteceu foi inacreditavelmente mais bonito e um tantinho assim melancólico... Lindo! Me vesti, penteei os cabelos e saí cantando para o trabalho.