terça-feira, 2 de julho de 2013

Ensaios desastrosos sobre o nada.

I

Poema em dor maior:
Tão grande quanto todo amor do mundo
São as dores provenientes dele.

*****

II

É como o sol de meio-dia
Bate aquela agonia
Dá vontade de gritar
Aaaaaaahhhhhh!!!!!

*****

III

Na janela da casa um retangulo
Um ângulo pelo qual tudo passa
O baforar do diabo em mormaço
A chuva que do nada cai e abafa.

*****

IV

Não vês o passarinho de presente
Aquele embalado em tons crescentes
Que lhe foi dado em tom discrente
Por quem viu o amor virar poente.



segunda-feira, 1 de julho de 2013

Reticências

De sede, de sono, de saudade
de tês, de tédio, de tejo
de mim, de ti, de vez
de asfalto, de grama, de brejo.

Espera na janela

A coisa mais bonita que se pode guardar consigo é a pureza. Envelhecer sentindo-se criança e olhando para as novas vidas com olhos de pura contemplação, esquecedo-se deste cotiano blasé nosso de cada dia.

E o rio corre seu curso morrendo no mar, ou nasce um oceano nas aguás que se perdem, tudo é um ponto de vista. Quando trazias em torno de teus olhos dramáticos todas as falas que só crianças como você poderiam criar, encantavas ao mundo. Um mundo que não mas sabe o que é ser criança. Que não corre, não bate, não come o batom da mãe e se recusa cada vez mais a reproduzir as peraltices da geração anterior. Você vai crescer e ter seu belo tempo aureo, enquanto cabelos brancos nascem em quem provém dos anos 80. Vai descobrir com tamanha superior facilidade, coisas que noutra época apanhou-se muito pra saber, e de certo se enrolará com coisas deveras simples, mas que ninguém mais poderá te explicar. A quem vê todo este processo desenrolar resta a certeza de sua única forma de contribuição: AMAR!!! Sem limites, tamanho ou pensar. Pois chega a hora em que se é inutil, diante da possibilidade de uma vida inteira pela frente.