quarta-feira, 30 de maio de 2012

Domínio...

Antes era presa sufocada no caos próprio,
sem voz, sem força.
Calada na paliçada perdia dentro
da sanidade a loucura e fechava ao mundo.
Piva, todos podem ser piedosos!
Não posso nem quero ser piedoso!
Odeio a normalidade, porque o normal é doente
e querem-me doente porque a doença dos dias
é a conformidade.
Deixem minha individualidade, minhas roupas, meus livros,
minhas músicas agres, meus vieses de ótica...
A relação entre a posição de suas falas e
meu mundo é exatamente proporcional e oposta,
não encaixo no quadradinho, não quero quadrados,
a vida é repleta de diversas formas,
viver é ter forma e não normas.
Se te dói a existência de círculos e retângulos
é sinal que o mundo ainda tem jeito,
porque esta dita realidade pode tudo
exceto parar de sentir!!!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Olheiras...

Me conte de você
Me conte de sua agonia
Fale daquela dor
Argumente sobre seu dia
Você está bem hoje?
Tem algo a falar? Fale!
Tenho os sons das iras
Tenho os prantos
Abrigo calmarias
Vinhas, idas e vindas
Comporto o mundo
Comprometo mudo
Abre alas da paixão
Algoz triste da razão
Num fode...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pairando no telhado

Olhando para baixo,caramba, quanta coisa aconteceu. A altura parece pequena diante da distância do meu pensamento. O jardim está cheio daquelas garrafinhas de cerveja, todas enfiadas de cabeça para baixo, uma para cada porre. Nossa, nunca me dou conta do quanto eu bebo, não até ficar bêbada novamente. Há quantas eras eu merecia encher a cara, beber é meu menor problema. Sinto falta de um monte de nada que ao final percebo ser tudo de tudo. As pessoas me dão medo, mais medo até que esta altura toda. Mas você meu amigo beberrão, que chorou e sorriu comigo e dividiu todas as heinekens e colaborou para a construção desta arte no jardim, mesmo longe está aqui, em cada gole que dou, porque foi no nosso fracasso que alcançamos o prêmio da nossa amizade boêmia e foi na madrugada alcoolizada que triunfamos sobre nossas dores, pois não éramos mais estranhos sozinhos, éramos dois amigos que compartilhavam, compreendiam e que jamais se esquecem.

Te amo Pitinga!!!

P.S.: Te devo este texto há dois anos, te devo muito da nossa amizade há pelo menos três, ainda sim não há um único dia que se passe sem que eu lembre do mais fiel de todos os amigos: você!

Último suspiro

Não doeu,
teu desespero, desamparo,
o cuspir e o escarro, me parecem
reações infantis.
Triste, amarga, ferida, estuprada,
não doeu...
Passei dormente e adormecida por tudo
e até pela minha própria vida
por acreditar ser você
minha vida, e não era, não é.
Ser mãe, amante, amiga, confidente
de falas nada coerentes,
de hojes que morrem agora
e de amanhãs que só chegariam na minha
mente (ou na sua).
Amei o você que existiu somente
na minha cabeça e de lá jamais saiu.
Você não é a imagem que amei,
e demorei muito para aceitar isso.
Você era perfeito, mas você é você
e não consigo amar seus defeitos
na verdade não consigo aceitar
seu verdadeiro defeito: SER ESPECTADOR.
Eu vim para estar no palco e não para
esperar a cortina abrir, vim criar,
chorar, sorrir, me abrir...
Não morrer a espera da vida, da obra,
do trabalho, do caso, do caos.
Não vivo de espera e odeio a espera em si.
Para quê meios termos?
Precisei ouvir que eu era idiota pra ficha cair.
Quase morri, de fato quase me matei,
e neste momento te morri em mim
pois é o essencial para que EU viva.