quarta-feira, 29 de agosto de 2012

EGO

A flor não está aqui
e o corpo traduz isso como ofensa.

E se eu te fizesse meu
E se meu fosse todos os dias
E se eu perdurasse egoísta
E se o egoísmo fosse só meu
E se eu quisesse sobrepor
E se nada mais eu quisesse
E se nada de ti eu tivesse
E se nada de mim eu sou

Meninoão

Ri e encolhe os ombros, sorri com a cabeça baixa, lança olhares por entre os franzidos de sua testa e ainda sai cantando serelepe pela casa para o absurdo dos outros ouvidos, faz dancinha, faz caras, faz bocas e inventa prosopopeias e o que quer que isso seja, faz mais, desperta! Amacia, doma, afeta... Agarra pela cintura, encanta criatura-monstro que qualquer moleque de longe pra mais longe fugiria. Vem e fala, puxa esta cordinha que o tosco sombrio precisa aterrissar, ensina a ver com teus olhos, mostra como entender isso, pois a brincadeira não pode parar e o mundo não vai fazer pausa pra abrigar, e como você vê tanto sentido nisso? Meninoão, meninoão vai doer ou vai amar?

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Pêndulo

E o preço das coisas sem valor
As notas de desonra de um dinheiro laico
Restaura a saúde, o corpo intacto
Na consciência a podridão do dessabor
Arranca-te daqui mal prosaico
Vens sorrateiro as soleiras
Corroendo tudo que é fantasia
Pra satisfazer teu prazer arcaico
Maldito sádico de muitas almas
Apraz de tua inconsciente perda
Que foi a alegria das horas...

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Mainstream

Tanto quiseste, tanto fizeste e nada te contentou... Tá vendo, eu falei porra! A hiper-sinceridade não funciona para todos, pois quanto mais imaturas são as pessoas, menos aptidão elas terão para entender o que se passa no mundo real, e principalmente para ver que a realidade não é uma via única de entendimento.

-Tudo começa com a campanha pela banalização do Prozac, aliás ele será a dipirona do próximo século!
-Menina, tu só fala besteira, enquanto existir Ritalina quem terá tempo para depressão?
huhauhauhau

Iniciou-se assim a prosa pós-moderna.

Será que cada vez mais estamos ficando inaptos a dor? Talvez em pouco tempo o Brasil comece a ter suas "lojas da dor", mas por enquanto, já se verificam as correntes dormentes transitando em novos nomes e gírias que nem quem compõem define de fato, é por isso que a ideia do "Ciborgue" anda martelando tanto na cabeça. Decifrar o mundo? Encaixar-se nele? Ou tá de bom tamanho tentar descobrir quem sou?

Dia

Quando o sol entrar minha pele adentro
Vou sorrir como se rompesse camadas
Cantar a leveza dessa hora, dessa cor
Abrir os lábios em revoada de sons
Partir o peito e dessangrar alegrias
Nada mais é dor, só pêlos e meios e...
Amanhecendo o ápice de mim!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Largada

“… E, mesmo assim, estarei sempre pronta para esquecer aqueles que me levaram a um abismo. E mais uma vez amarei. E mais uma vez direi que nunca amei tanto em toda a minha vida.” Fernanda Young

"Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço" Caio Fernando Abreu


Após tropeços e tombos, as divas voltam a fazer carão e desfilar seu charme por aí...
Bem, já que não sou nenhuma diva e minhas tentativas falhas de carão deram sempre em novas quedas, levanto sacudo a poeira e respiro aliviada,porque sei que tudo de ruim passa, e vem o vento, vem o tempo e as decepções viram mero acontecimento, pois o que se deve levar da vida são as risadas e os momentos felizes, estes sim estarão sempre comigo e ninguém os tira, já minhas lágrimas, bem, qualquer guardanapo de papel fuleiro pode muito bem enxugá-las.
Dançar e amar estar dançando por dançar, porque posso, porque sinto, é leve, é fresco e é novo, sou eu de novo, 5,5kg mais intensa e bêbada e, adorando...

E, após este momento auto-ajuda, que se passa na vida de toda pessoa, e o meu teve direito à frases clichê e o escambau (risos) como podem ver no inicio do post, chego um momento ímpar que chamarei de REENCONTRO.
Volto a buscar a mim, quem sou, o que me dói, porque dói, porque nada me apetece, e essas feridinhas que a gente vai empurrando para de baixo de tapete e depois nem se toca de que ainda estão lá, formando uma verdadeira cratera. Mas, é hora de relembrar o porque das pequenas alegrias e valorizar cada momento de forma Baudelairiana.

Então, fica a moral da- neste caso com "H"- história: nunca anule-se por alguém ou você pode acabar perdendo-se de si mesmo.